Reflexão da Palavra - 31.03.2023

Reflexão da Palavra


São João Paulo II nos exortava a mantermos o olhar fixo em Jesus; e ele dizia: “Rosto humano de Deus; rosto divino do Homem”


“Naquele tempo, os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. E Ele lhes disse: ‘Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas Me quereis apedrejar?’. Os judeus responderam: ‘Não queremos Te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, Tu te fazes Deus!’” (João 10, 31-33)

Vejam a acusação que fazem contra Jesus: “Sendo apenas um homem, Tu te fazes Deus” — “theós e antropós” —, as duas realidades que os judeus não souberam reconhecer em Jesus, o Homem Deus e o Deus feito Homem. 

Recordei-me, preparando esta homilia, que, no dia 11 de janeiro de 2004, São João Paulo II, em uma de suas catequeses, ensinamentos, ele nos exortava a mantermos o olhar fixo em Jesus; e ele dizia: “Rosto humano de Deus; rosto divino do Homem”, para nos lembrar que, em Jesus, estão estas duas naturezas: a humana e a divina, mas, infelizmente, os judeus não souberam reconhecer.

Jesus procurou, ao longo dos seus 33 anos, revelar o rosto do Pai, através de obras de cura, de perdão, de consolação, de misericórdia, de libertação, dos milagres, mas, mesmo assim, muitos não creram que aquele rosto era o rosto do Pai, que aquelas obras eram obras do Pai, porque reconheciam Jesus meramente como um Homem.

Jesus dizia: “Eu e o Pai somos uma coisa só”, e foi acusado de blasfêmia. Jesus sofreu o martírio do diálogo, Ele que buscava de várias formas explicar a Sua procedência, a Sua comum natureza com o Pai, a Sua filiação, e Ele foi mal interpretado, acusado de blasfêmia. E olha que, ainda hoje, se busca esta realidade: humanizar Jesus e, muitas vezes, divinizar o homem — o homem mesmo, nós, e não o Homem Jesus. Beco sem saída. Pobre de nós sem o Filho divino!

E, muitas vezes, nós nos perdemos nos nossos pecados, nos nossos dramas, porque não sabemos reconhecer o Filho divino de Deus Pai, para revelar não só a identidade d’Ele como Homem, como Deus, mas para revelar a nossa identidade: quem nós somos?

Blasfêmia é o que fizeram com o Filho de Deus, blasfêmia é o que ainda fazem com Cristo: reduzindo apenas ao mero personagem histórico. 

Até quando, Senhor, nós seremos obstinados, cabeças-duras? Converte-nos, Senhor. Que esta Quaresma, de fato, tenha sido proveitosa, para que o nosso coração se converta de verdade e nós, de fato, reconheçamos: “Tu és Deus”, como fez aquele soldado no alto do Calvário: “De fato, Ele era o Filho de Deus!".

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Que Deus abençoe a todos nós!

-Padre Donizete Ferreira-

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